A Associação Desportiva Ovarense foi fundada em 19 de dezembro de 1921, por iniciativa de um grupo de vareiros e com o apoio de duas instituições de Ovar: O Orfeão de Ovar e o Ovar Sporting Club. Em conjunto, estas conseguiram amealhar a quantia de 530 escudos, tendo ainda sido cedido o campo de jogos onde este último jogava, conhecido como "Campo da Cadeia" (uma vez que era localizado em frente ao estabelecimento prisional que existia na época, em Ovar). A primeira direção do Clube tomou posse a 2 de janeiro de 1922, presidida por José Dias Simão.Nos Estatutos, redigidos por Afonso Abragão (também autor do emblema), foi fixada a quota de mensal de 1,50 escudos. A primeira formação da A.D.O. apresentava-se com um equipamento completamente branco, e a maioria dos seus atletas era oriunda do Ovar Sporting Club. Em 22 de novembro de 1922, a equipa apresentou-se em campo pela primeira vez com as atuais listas horizontais alvi-negras, já com o emblema de Afonso Abragão, num jogo contra o Sporting Clube de Coimbrões.
A 19 de Dezembro de 1921 a nossa A.D.O. nasceu. - "Em meados de 1920 os irmãos Bonifácio reuniam no armazém de cereais de seu Pai, com um grupo de amigos, dentre os quais Américo Melo, Afonso e Joaquim Abragão, Rasgado Rodrigues, Joaquim Cunha de Oliveira e Silva e outros, no propósito firme de organizarem um Clube Desportivo que logo denominaram de Associação Desportiva Ovarense. - Entretanto, a direcção do Ovar Sporting Clube, à qual presidia Benjamim Jaime de Almeida e Augusto Lopes Fidalgo, e a direcção do Orfeão, cujo quadro associativo estava enquadrado no referido Clube, aderem à fundação da A.D.O.. - Sem dúvida alguma à direcção do Ovar Sporting Clube se deve ter vingado a vontade daquele punhado de rapazes. - E, na tarde memorável daquele dia 19 de Dezembro de 1921, em numerosa assembleia geral efectuada na sede do Ovar Sporting Clube e do Orfeão, ali na Rua Antero de Quental, na casa onde nasceu o desporto vareiro no ano já distante de 1915, pertença do abastado capitalista e proprietário Manuel Maria Barbosa Brandão, um dos grandes pioneiros e protector do nosso primeiro grupo de futebol, Ovar Sporting Clube, se firmaram os alicerces da Associação Desportiva Ovarense, a sua fundação. - Foram portanto pais da A.D.O., Ovar Sporting Clube e o Orfeão de Ovar… - A equipa era constituída de camisola e calção branco,…" in Boletim Comemorativo, Ovar - 1971
"O brazão da A.D.O. foi apresentado, um da autoria de Manuel Dias Simões e outro de Afonso Abragão. Embora a 'maquete' de Dias Simões tivesse maior nível artístico e desportivo, o certo é que posto à apreciação dos associados, após renhida discussão, venceu por uma mínima percentagem de votos o desenho de Afonso Abragão, a cruz de Cristo em vermelho entre esfera a preto, tendo ao centro em campo raso, também a preto, as letras A. D. O..", "À sombra do teu pendão, caminharás àvante e gloriosa!" por Arada e Costa. in Boletim Comemorativo, Ovar - 1971. Em imagem: A evolução da cruz de Cristo durante as décadas passadas.
"A Ovarense em 22/09/1924, numa iniciativa de Mário Duarte (Pai). foi uma das fundadoras das Associação de Futebol de Aveiro e iniciou as suas competições oficiais de futebol no campo de S. Domingos em Aveiro, na presença de algumas centenas de pessoas, defrontando o Sport Anadia, tendo vencido por 4-2, no dia 14/12/1924, pelas 15 horas. Arbitrou o encontro Natavidade Silva e a bola de saída pertenceu aos bairradinos. A Ovarense, por intermédio de João, foi a primeira equipa a marcar, para o Sport Anadia apontar de seguida, dois golos, passando para a posição de vencedor. Acicatados pelo resultado desfavorável , os Vareiros empreenderam uma recuperação notável, e antes do tento do empate já Gomes Pinto havia falhado uma grande penalidade no fim do primeiro tempo. João voltaria a marcar pela A.D.O. o 3º e 4º golos, desconhecendo-se o autor do 2º. A Ovarense alinhou: Bernardino, Gomes Pinto, Américo Melo, António Bonifácio, João Vale, Perfeito, J. Lima, J. Santos, Augusto Abragão, Eduardo Sousa e João."
A Ovarense defrontou no seu campo da cadeia o Galitos F.C., de Aveiro e grande rival no futebol. Na altura, antes do prélio, pairava um ambiente escaldante, pois o grupo Ovarense, no Domingo anterior, tinha sido mal recebido em Aveiro e alguns jogadores apresentavam várias equimoses. O infeliz encontro entre as duas equipas teve a duração de, somente, uns escassos 10 minutos; uma entrada violenta dum defesa Vareiro sobre um avançado Aveirense desencadeou logo forte burburinho, pancadaria, tiros disparados pelo policiamento e invasão de campo pelos assistentes. A Associação de Futebol de Aveiro castigou severamente o grupo de Ovar, proibindo-o de praticar futebol durante dois anos. Para fugir a esta inatividade forçada, a Associação Desportiva Ovarense passou a designar-se por "Onze Verdes", equipando de camisola verde e fazendo os seus desafios sob esta designação durante os dois anos de forçada interdição." Em 2019 a A.D.O. usou como camisola alternativa, uma réplica dessa camisola (90 anos do fim do castigo), uma maneira de lembrar esse tempo duro e penoso, mas também para homenagear a já muito conhecida resiliência Vareira, que na adversidade, encontrou a solução para continuar a competir.
A Ovarense defrontou no seu campo da cadeia o Galitos F.C., de Aveiro e grande rival no futebol. Na altura, antes do prélio, pairava um ambiente escaldante, pois o grupo Ovarense, no Domingo anterior, tinha sido mal recebido em Aveiro e alguns jogadores apresentavam várias equimoses. O infeliz encontro entre as duas equipas teve a duração de, somente, uns escassos 10 minutos; uma entrada violenta dum defesa Vareiro sobre um avançado Aveirense desencadeou logo forte burburinho, pancadaria, tiros disparados pelo policiamento e invasão de campo pelos assistentes. A Associação de Futebol de Aveiro castigou severamente o grupo de Ovar, proibindo-o de praticar futebol durante dois anos. Para fugir a esta inatividade forçada, a Associação Desportiva Ovarense passou a designar-se por "Onze Verdes", equipando de camisola verde e fazendo os seus desafios sob esta designação durante os dois anos de forçada interdição." Em 2019 a A.D.O. usou como camisola alternativa, uma réplica dessa camisola (90 anos do fim do castigo), uma maneira de lembrar esse tempo duro e penoso, mas também para homenagear a já muito conhecida resiliência Vareira, que na adversidade, encontrou a solução para continuar a competir. Honra aos seus feitos.
Nos anos 30 recebemos a visita de um histórico do futebol Mundial com fortes ligações à Associação Desportiva Ovarense. - "Jogo realizado em 04/07/1931 numa sexta feira no Parque da Oliveirinha (nome anterior ao Parque Marques da Silva). A comitiva brasileira foi recebida na nossa Câmara Municipal pelo presidente da edilidade Dr. Manuel Gomes Duarte Pereira Coentro, com uma enorme multidão a acolhê-la, na Praça da República. Daqui dirigiu-se para o Cais da Ribeira, de onde embarcou em barcos moliceiros com destino à Quinta Colares Pinto, sendo aqui servida uma apetitosa caldeirada de enguias a cerca de 90 pessoas. A visita do Vaco da Gama ficou a dever-se à forte ligação de Francisco Augusto Marques da Silva com este clube do País irmão, do qual já havia sido presidente.
"Uma assistência colossal, considerada até aquele momento a maior de sempre em Espinho, presenciou o grande triunfo Vareiro. Tal como já havia acontecido nos dois desafios anteriores, a equipa da Ovarense concentrou-se a partir de 6a feira à tarde até poucas horas antes deste jogo de desempate, servindo para local de estágio o longo corredor do Café David, no Furadouro, onde foram colocadas camaratas. Deslocaram-se a Espinho muitos adeptos da Ovarense, que utilizaram os mais variados transportes, desde a bicicleta ao comboio especial. Apesar da chuva que caiu após o jogo, assistiu-se a uma triunfal caravana pela estrada fora. Sempre vitoriada, mais efusivamente a partir da entrada no Concelho, em Esmoriz, veio a atingir o seu ponto alto na nossa Praça da República. Os jogadores foram ainda saudados pela Banda Boa-União quando jantavam no restaurante "Vareirinha" e, finalmente, pelo público que enchia por completo o nosso Cinema, no momento em que a equipa subiu ao palco, no intervalo do filme que ali passava naquela noite."
"Manuel Belo Correia Dias foi um dos atletas da A.D.O. que viu os seus méritos de futebolista reconhecidos, ao transferir-se para o F.C. do Porto em 1938, depois de ainda ter alinhado pela A. D. O. no primeiro desafio particular que o clube disputou na pré-temporada desse ano. Durante os 10 anos que serviu o clube azul-e-branco, no posto de avançado-centro, fez sobressair a sua veia de goleador, atingindo o ponto mais alto na época de 1941/42, ao sagrar-se como melhor marcador Nacional com 36 golos, numa prova de 12 equipas, à média de 1,6 golos por jogo. Melhor média só a de Peyroteo do Sporting! Foi obra! Regressaria à Ovarense na época de 1948/49 como treinador/jogador, para se sagrar Campeão Nacional da 3.ª divisão um ano depois (1949/50), como jogador, sendo o Júlio Pereyra o treinador." in Associação Desportiva Ovarense - Uma chama que resiste, José Pinto
A.D.Ovarense 4, R. Águeda 0 - O jogo foi no dia 21 de Junho de 1965, o Parque Marques da Silva apresentava esta moldura humana impressionante. Foi considerada a maior enchente de sempre e que foi brindada com uma goleada à moda antiga. Este fim de semana voltamos a receber o Recreio. Que seja outra moldura humana como esta, e se não for pedir muito, sabia bem uma goleada à moda Vareira.
O Benfica jogou em Ovar em 30/10/1966 para disputar com a Ovarense a primeira mão da 1.ª eliminatória da Taça de Portugal. Apesar de adversário, foi recebido com honras de grande embaixador do futebol português, merecendo, antes do início do desafio e quando as equipas se encontravam alinhadas dentro do retângulo de jogo, palavras de apreço e reconhecimento, proferidas pelo Presidente da Assembleia Geral da A.D.O., António Coentro de Pinho, que lembrou o gesto altruísta praticado há 16 anos quando, em 29/05/1950, o S.L.B. trouxe a Ovar a sua equipa principal de futebol sem qualquer encargo para a Ovarense, afim de, com a receita das entradas de campo, minorar os efeitos do trágico incêndio que, em 18/05/1950 destruiu por completo a sua sede, na Rua Cândido dos Reis (onde hoje se encontra o Café Ovarense), levando consigo parte importante da sua história. Terminada a alocução foi oferecido um emblema em ouro da A.D.O. a cada um dos componentes da turma lisboeta que haviam participado no recente Campeonato do Mundo em Inglaterra - Torres, Jaime Graça, Simões, José Augusto, Eusébio e Mário Coluna (os dois últimos não acompanharam a equipa a Ovar devido a lesão) - e broas de Pão-de-Ló a toda a embaixada benfiquista.